25 de junho de 2011

desafios...

É sempre bom encarar desafios, nem que seja só para sentir um frio na barriga!


E essa mão acende tudo de bom que existe em mim...



(ana maria de abreu siqueira)




24 de maio de 2011

Professor


Ser professor é como libertar pássaros presos em uma gaiola...

...é tão lindo vê-los alçar voo.

(ana maria de abreu siqueira)

15 de março de 2011

(Imagem disponível em: http://www.imotion.com.br)

Um dia ela ouviu uma voz que vinha do fundo da sua gaveta, abriu vagarosamente e sorriu quando ouviu os gritos das fadas.

(ana maria de abreu siqueira)

Das histórias que não terminam

Certa vez acordei escritora
Despertei de dias sem inspiração
Só bastou aquele olhar
Para que uma poesia viesse despertar
No entanto, nunca terminei
A poesia foi escrita nos meus olhos
Nem o papel rabisquei
(ana maria de abreu siqueira)

De volta para casa

(foto: ana maria de abreu siqueira)


E no fim da semana a janela que começa à noite fica ansiosa para ver o nascer do sol...




...tão bom estar em casa!

(ana maria de abreu siqueira)

31 de dezembro de 2010

soninho

O sono da tarde é só o sonho querendo chegar mais cedo...
(foto: Marina, uma sergipana fofa, filha da Marta e do Luciano)

13 de agosto de 2010

Todas as palavras escritas foram jogadas ao chão. Esparramadas feito tapete . Ela olhou tristemente para o quarto e fechou os olhos para escutar os trechos que murmuravam promessas. Deitou ali mesmo, sem se preocupar se as folhas rasgariam. Queria mesmo era ver as rimas despedaçadas. E simplesmente chorou...

raízes







Um dia as folhas da árvore secaram, mas acontece que suas raízes eram fortes e estavam fincadas no chão e, na primeira chuva, esverdeou novamente...



(ana maria de abreu siqueira)






foto: ana maria de abreu siqueira

29 de julho de 2010

Um só



Em uma noite quente

O céu comemorava nossa união

Nos presenteou com estrelas

Quando senti seu olhar nos meus

Percebi que era real

Era nosso sonho em nossas mãos

O amor que sempre sonhei diante de mim

E eu pude tocá-lo...

Então escolhi não mais soltá-lo

E diante de tantos olhares, lágrimas sinceras e sorrisos

Começamos uma só vida...

(ana maria de abreu siqueira)

Fotografias: Fábio Meireles*

* Meu fotógrafo preferido, não somente pelo profissional, mas também pela pessoa encantadora! Para conferir seu trabalho visite o blog: fabiomeireles.com/blog

28 de julho de 2010


Em seu aquário o peixe cumpria dia a dia o papel, ficava horas seguidas a nadar. Todos ficavam encantados com suas cores vibrantes, mas seu coração era opaco e seus sonhos estavam longe, onde sequer podia enxergar. Queria mesmo era ser do mar...


Imagem: http://www.corbisimages.com/

4 de maio de 2010

Ofício: palhaço!

Quando o pano fecha é que o palhaço pode chorar
É no camarim que ele pode ser de verdade
Quando em frente ao espelho
E a máscara cai borrada
Pelo suor e pelas lágrimas
Ali, os olhos negam-se a segurá-las
Mostra-se homem, com suas mágoas e fraquezas
As rugas agora mostram-se
E não são rugas de gargalhadas
São rugas de vida
Mostrando que o homem que faz rir sabe chorar
E quando o palhaço chora
O faz sozinho para não apagar o encanto
São duas vidas
A que doa alegria e a que não disfarça a dor
No camarim a vida é cheia de desencantos

E o show recomeça diariamente
No palco vê-se as cores, os sonhos
E naquele breve momento o palhaço se sente amado
Pelo brilho dos olhos das crianças
Pelo som das gargalhadas
Pelo cheiro de pipoca
Pelo gosto do algodão doce
(ana maria de abreu siqueira)

29 de setembro de 2009

Voou...


Foi no crepúsculo alaranjado que meu passarinho voou
E foi alto e mansinho
Entoando sons doces, de quem ama
Meu passarinho encontrou seu lugar
E esteja onde estiver, sei que me chama
E me ama
Sinto pelas boas lembranças
E se uma lágrima eu derramar
É saudade...
Saudade do seu cantar
(ana maria de abreu siqueira)

25 de agosto de 2009

Ao ver os sonhos ao chão não podia crer que segundos antes estavam todos em suas mãos. Por alguns momentos ficou ali parada a fitá-los, eram seus sonhos! Fez menção de juntá-los, mas uns já estavam despedaçados, outros perderam-se rua abaixo. Segurou uns pedaços, com quem junta cacos de vidro, e seguiu para casa. Quis chorar, mas não derramou uma lágrima sequer. Só caminhou, cabisbaixa, pensado...


"... eles estavam em minhas mãos..."

5 de agosto de 2009

Quero Ser Poeta

Não quero ser um homem qualquer
Seguindo passos de outros
Indo por um caminho já trilhado
Quero andar com meus próprios pés
Pisar em solo virgem
Transformar utopias em realidade
Abrindo espaço
Quero tocar a vida com as mãos
Minhas mãos
Ter sonhos inatingíveis
Rejeito a idéia de aceitar e calar
Quero questionar
Quero ser poeta
Ser amiga íntima do meu caderno
As palavras escritas serão minhas vozes
E quero gritar
Alto, bem alto

Não vou sair desta vida
Sem eternizar meu eu
Podem até esquecer meu rosto
Mas minha essência não morrerá
Será uma eterna lembrança
Palavras não morrem nunca
Nem que jogadas ao vento
Quero meus sonhos vivos
Porque eles são maiores do que o céu
E eu sou maior do que meus sonhos


(ana maria de abreu siqueira)

As Valsas Invisíveis


Certa vez um rapaz chamado Eduardo Trindade visitou meu blog e virei sua fã desde que lí suas primeiras palavras. Ontem estava eu a organizar meu livros e "reabri" o livro desse poeta: As Valsas Invisíveis! O mesmo é vendido em diferentes livrarias, mas preferi comprar direto do autor e, por isso, recebi "um abraço em forma de poesia" (palavras do mesmo)!

É difícil escolher uma posia preferida, mas existe uma que me encanta por demais: "Neve".
(eu já encontrei meu floquinho de neve!)

Outra poesia que me encatou foi "Versos", na qual ele descreve versos que caminham pelas ruas e se encontram, formando rimas... DIVIDO! Precisa ler para ver que associação simples, delicada e bem escrita sobre como nasce uma poesia!
Obrigada pelas palavras, Eduardo!
p.s. Quando estava escrevendo este post descobri que uma outra blogueira, Maggie, escreveu também sobre "As Valsas Invisóveios" confira aqui! Bom, só para confirmar o que escrevi!

20 de julho de 2009

sobre necessidades e desejos

Imagem: vida no meu quintal
(ana maria de abreu siqueira)

Lí um texto sobre necessidades e desejos que me fez pensar como muitas vezes somos tão apegados a coisas materiais e que chegamos a deixar de lado o que realmente tem valor na nossa vida. Esquecemos de enxergar quem está ao nosso redor de tão preocupados que estamos com a hora, com uma reunião, com uma roupa ou objeto que desejamos comprar, com o penteado, com as unhas, com nossos vícios.

Às vezes sofremos por coisas tão pequenas e só percebi isso há pouco tempo, precisei apanhar da vida, precisei passar por algumas situações para realmente aceitar o que eu já sabia, pois existem coisas que a gente sabe, só esquece ou fica tão encantado com nossos bens materiais que fingimos não saber.

Aprendi que o ser vivo é dependente de certas coisas ou seres no que se diz respeito à sua vida. São diversas as nossas necessidades: matérias físicas, espirituais, sentimentais, humanas (fisiológicas). A necessidade é importante para a própria essência do homem.

Minha irmã Ana Carla me ensinou que um grande filósofo, Spinoza, descreveu que o desejo é tristeza ligada à falta de coisas que queremos tanto que pensamos não ser capaz de viver sem possuí-las. Ela, também filósofa, me ensinou que os desejos podem chegar a ser extravagantes, peculiares e, inclusive, nos escravizar. Ensinou-me ainda que não somos capazes de escolher nossos desejos, mas podemos aprender a lidar com eles, que é difícil aprender a perceber a diferença do que é desejo e o que é necessidade, mas quando aprendemos a valorizar pequenas coisas fica fácil de distingui-los.

O que tenho de mais importante e realmente necessário são: minha família, meus amigos, o homem com quem vou compartilhar minha vida, meus conhecimentos e meus valores. Sei que é com eles que vou encontrar paz, segurança, alcançar meus objetivos e realizar meus desejos (desejos também podem ser positivos) de maneira justa sem ser escrava de coisas fúteis.


(ana maria de abreu siqueira)

14 de julho de 2009

Olhares

De todos os olhares, o melhor foi aquele que senti quando meus olhos estavam fechados. Quando ainda perdida no meio de um beijo ouvi sua voz séria e ansiosa sussurrar:

- Casa comigo!

Ao ver seus olhos, calmos e brilhantes mal pude acreditar. Naquele instante só pude pensar:

- Como eu amo esse homem...

Minha voz amarrada na garganta me prendia o fôlego, mas meu olhar lacrimoso disse sim! Sim eternamente!

2 de julho de 2009

...

Imagem: Ana Maria de Abreu Siqueira (Cores do meu jardim - julho 09)

Hoje só quero agradecer! Agradecer pelos presentes que recebo diariamente!

Por mais que existam lágrimas algumas vezes, não significa que não seja agradecida. AMO minha vida, AMO meus amigos, AMO meu futuro esposo, AMO cada conquista, AMO cada lágrima, pois me fazem crescer...

Hoje só quero agradecer pela vida que Deus me dá diariamente!
(ana maria de abreu siqueira)

24 de junho de 2009

Limão, limonada

(Imagem: ana maria de abreu)
No seu quintal havia um limoeiro. Todos os dias enchia a cesta com os limões que ela mesma plantava e colhia. Saía de casa a distribuí-los, não sorria, apenas os entregava a quem passasse na rua, somente para livrar-se dos frutos azedos. Não sentia prazer, talvez não o fizesse por mal, apenas não sabia como livrar-se de algo com sabor amargo.

Seria tão mais feliz se distribuísse limonadas, daquelas geladas e adoçadas, que refrescam feito brisa em dia quente.
(ana maria de abreu siqueira)

17 de junho de 2009

Caleidoscópio


Imagem: Flowers Seen Through Kaleidoscope
Disponível em corbis

No balanço do seu colo
Nos seus braços me enrosco
Minhas mãos atadas a suas mãos
Com meus olhos calados
Desenho desejos
Vejo caleidoscópio
Com as colorações dos seus beijos

Sonho nós dois
No deslizar da sua pele
No vai e vem da rede
As varandas coloridas dançam
Em meus olhos, caleidoscópio

Meus pés aos seus enlaçam
Seu calor, meu calor
Nosso calor
Feito tinta de pintar arco-íris
Caleidoscópio meu...


(ana maria de abreu siqueira)

12 de junho de 2009

7 de junho de 2009

Há quem não queira mudar

(Foto: Ana Maria de Abreu - abril de 2009)
Há quem passa a vida na mesma casa
com os mesmos móveis e colchas de retalhos
até quando antigos e puídos

Há quem não saiba fazer amigos
teme sorrir para um desconhecido

Há quem não goste de variar o caminho de volta para casa
custe a acostumar-se com novos sapatos

Há quem não queira mudar
decide acordar e dormir os mesmos costumes
todos os dias, sem perder as manias

(ana maria de abreu siqueira)

2 de junho de 2009

A menina e o livro

(Foto: Ana Maria de Abreu - maio de 2009 - Dias das Mães)

Todos os dias a menina abria o livro e se entristecia ao ver as páginas ainda vazias, brancas como nuvens em um dia de sol. Não compreendia porque sua mãe lhe dera um livro sem contos ou poesias, sequer havia um sumário ou nota de rodapé. Sua mãe lhe disse:

"- Você compreenderá quando a hora chegar, mas terá que descobrir sozinha.”

Passaram dias, meses, anos e o livro ainda sem palavras foi guardado em uma caixa. Um dia, a menina, já mulher, sentiu-se inspirada e abriu aquelas páginas, agora amarelas como o céu de fim de tarde. Pôs-se a escrever, e escreveu, e escreveu, durante dias. Ao acabarem as folhas estava extasiada com a descoberta. Desenhara com palavras sua vida, seus sonhos, medos, anseios, desejos... Demorou tanto para descobrir. Sorriu e agradecida escreveu na primeira página:

Àquela mulher que me fez enxergar quem sou. Dedico.”

1 de junho de 2009

Bolsas Fairy Tale

Para quem ainda não viu, saiu a nova coleção das bolsas Fairy Tale: "Coleção Floresta de Fadas". Inspirada nas florestas que minha imaginação permite acreditar que são cheias de encantos e fadas... Vale a pena conferir no blog:


http://fairytalebolsaseblusas.blogspot.com/


Só para atiçar a imaginação aí vai um dos modelos:


p.s. Só lembrando que as bolsas e blusas Fairy Tale são feitas por mim, minha irmã (Ana Cristina) e minha mãe! Propaganda básica (risos)!

ana maria de abreu siqueira

28 de maio de 2009

Nem toda poesia é feliz

Às vezes a tristeza pode virar poesia, é só cerrar os olhos e imaginar que as palavras de dor também podem voar. Nem toda poesia é feliz, mas quando choro minhas mãos desenham palavras que viram versos. E percebo que meus sonhos podem parecer perto dos meus dedos. E me traz inspiração para transformar as lágrimas em sorrisos e me fazem gargalhar, e sonhar mais, e mais alto, e mais forte. Assim, o mundo não parece tão distante e solitário. Poesia também é isso, é como um despertar para a vida.

19 de maio de 2009

Dizcontos de Fada

(Imagem da minha história feita por Adriana Peliano)

Adriana Peliano é artista plástica e tem um blog (por sinal MARAVILHOSO) chamado Dizcontos de Fada, onde recolhe histórias pessoais sobre contos de fadas. Ela cria uma imagem baseada na sua história, é uma experiência sensacional, pois dá para sentir que capta o que você quer passar. Vale a pena enviar a sua!

Eu fiz a minha e já enviei. O título é Minha Varinha Mágica e você pode conferir aqui:

moça-sereia


Passou dias fitando a praia
Só para olhar aquele moço
Seria o sorriso dele encantado?
Desde a tarde que o vira sentiu-se acordar
Tão logo despertou um desejo incontido de estar com ele
Ficava ali até se pôr o sol
E voltava para o fundo do mar
Solitária, fantasiosa

A sereia enamorada
Um dia foi estar com o moço
Tão deslumbrado ficou que pensou que fosse devaneio
E, seduzido, decidiu não mais acordar
E viver o sonho da moça-sereia
Ora no mar, ora na areia
(ana maria de abreu siqueira)
...para uma amiga sereia
Foto: Mermaid Swiming in the Mediterranean Sea
© Francois Xavier Pelletier/Sygma/Corbis
Disponível em: CORBIS

15 de maio de 2009

...aquele lugar...

(Foto: Maurit (CE) - casa da tia Geninha / abril 2009)

Enquanto atravessava a porteira, lembranças de um passado voavam feito borboletas, passou tempo ainda a admirá-las antes de avançar pelo terreno, como se quisesse decorar o caminho, mesmo sabendo que não era necessário. Sabia andar ali de olhos fechados. A vida não mudou muito naquele lugar, não guardava dúvidas que encontraria o mesmo jardim, a mesma casa, os mesmos rostos, as mesmas gargalhadas, o mesmo gosto de comida, o mesmo cheiro de café.
Algumas coisas nunca mudam, nem precisam, são infindáveis passe o tempo que passar.

(ana maria de abreu siqueira)

7 de maio de 2009

Liberdade, escolha, responsabilidade e compromisso

Foto: autor desconhecido (web)


Lí hoje no blog da minha irmã, Ana Carla (Senta que lá vem a história) uma divagação sobre liberdade, escolha, responsabilidade e compromisso e tem um trecho que preciso dar destaque o qual ela divaga sobre um pensamento de Sartre:

A existência precede a essência" (Sartre)

"Significa que o homem não tem sua vida já pré-determinada antes de nascer. Ao contrário, ele é o que projeta ser. Ele é livre e, a cada momento, escolhe o que tem de ser." Ana Carla

Vale a pena entrar no seu blog e ler o texto completo, pois nos faz pensar em pequenos detalhes que o homens esquecem (ou fingem esquecer) de seguir, como "Ser responsável é criar os próprios valores, mas que estes sejam válidos para toda a humanidade.".

Refletindo sobre a sua divagação eu concluo, a humanidade precisa de empatia... Isso sim!
(ana maria de abreu siqueira)

Todas as vezes que te conheci...


A primeira vez que te conheci não me surpreendi, foi simplesmente você ali, apertando minha mão e sorrindo simpático. As primeiras palavras que não me recordo, mas não foram além gentilezas triviais.

Não demorou muito tempo até conhecê-lo pela segunda vez, deu-se quando percebi seu sorriso acompanhado de um olhar encantador. Algumas palavras soavam confusas, todavia gostava de tentar entender as entrelinhas e fazer brincadeiras para deixar-te também confuso. A verdade é que sentia-me bastante confortável ao teu lado. E entre um sorriso e outro pude ler teus lábios, mas diversas vezes fiz-me de tola, desentendida do que sentia. Talvez fosse medo de apaixonar-me, como se já não o estivesse.

Quando te conheci pela terceira vez estávamos a sós, disseste-me simplesmente algumas poucas palavras perdidas, as quais retorqui meio sem graça. Fiquei a paquerar-te por alguns instantes e quando me dei conta, recolhi todos os meus receios e cerrei os olhos como se, dessa forma, pudesse sentir melhor cada detalhe dos seus lábios passeando pelos meus e das suas mãos deslizando em minha nuca suavemente. No entanto, vez em quando me peguei com os olhos entreabertos, não recordo ao certo porque o fazia, gosto de acreditar que queria guardar aquela imagem e todos os detalhes daquele momento.

Deixei-me esquecer de todo o resto até perder a consciência, como bem descreve Machado de Assis, “Ficamos ali somando as nossas ilusões, os nossos temores, começando já a somar as nossas saudades”*. Naquele momento tive a certeza de não mais querer estar longe de teu corpo. Desde então já te conheci diversas vezes, te conheci como namorado, amante, amigo, companheiro, zangado, alegre, triste, amável, noivo, desligado, divertido; e cada dia, mesmo após tanto tempo, ainda me encontro enamorada e me pego fechando os olhos para sentir melhor seus lábios e o deslizar se suas mãos.

(ana maria de abreu siqueira)
Foto: Mauriti / CE (abril de 2009)
* trecho do livro Dom Casmurro

17 de abril de 2009

amigos


Em pequenos gestos podemos perceber votos sinceros de amizade.


(É tão bom ter amigos)


Foto: Meus primos Jonas e Ivan no açude do nosso avô.
(Maranguape - CE)

15 de abril de 2009

Se...


Se as mãos estão atadas
Se os pés estão enlaçados
Se o desejo é incontido
Se as juras são eternas
Se a saudade é incontável
Se o amor é imutável
Por que não sermos um só?


(ana maria de abreu siqueira)

Foto: Mauriti (CE) - abril de 2009

25 de março de 2009

Mágoa

- Por que não cintilam mais teus olhos?
- São minhas mágoas, repliquei.
- E elas lhe doem tanto assim?
- Sim, e faço-me cárcere dessa dor sem fim.


Pudera eu libertar essa dor
Onde hei buscar consolo?
Se choro é porquê me dói
Ao lembrar-me daquela voz hesitante
Acompanhada confissões dolentes
Enquanto escutava buscava manter-me calma
Doía dentro, em mim
Meu peito se fez ferida
E teu olhar se fez medroso e afoito
Querendo roubar-me qualquer vestígio de esperança
Impossível desvencilhar desse amor
Pudera eu perdoar
Quisera eu esquecer


- Ainda me aborreço e, de tanta fadiga, mal posso dormir.
- Vou respeitar tuas lágrimas e lástimas.
- Receio perder a alegria, respondi hesitante.
Apenas encostou minha cabeça em seu peito e disse:
- Peço-te perdão. Não estou impassível e meu amor por ti é infindável.
Minha voz trêmula fez promessa:
- Prometo tentar, chorei em silêncio.
Pensei em dizer o quanto o amo, mas guardei em mim. Para quando eu acordar desse pesadelo.



(ana maria de abreu siqueira)

10 de março de 2009

Defesa do Mestrado (06 de março de 2009)


Antes de voltar a poetar vou explicar porque passei um tempo sem escrever. Estava caminhando no mundo da pesquisa em alimentos, me dedicando exclusivamente ao meu projeto do mestrado. Estudando conceitos de conservação pós-colheita de frutos, análises químicas, livros, artigos e mais artigos para ler, composição química e física da goiaba, processo de transferência de calor, curvas de resfriamento, modelo matemático, análise sensorial. Não cochilei no ponto, como se diz popularmente. Não mesmo. Foram 2 anos de mestrado que valeram cada esforço, cada noite sem dormir, cada falta de tempo para comer, algumas festas perdidas, cada unha quebrada, cada lágrima.

Enfim, sou mestre! E escrever isso dá uma sensação inexplicável, uma mistura de dever cumprido, alívio, felicidade, orgulho e (acreditem!) saudade. É sim, saudade! Não se surpreendam, apesar do cansaço e dos problemas enfrentados, a experiência foi importante não só para a minha formação profissional, mas, principalmente, para a minha formação pessoal. Enfrentar desafios me faz acreditar que posso voar cada vez mais alto. E eu quero mais, sempre mais!
Agora vem o próximo desafio: doutorado!


(ana maria de abreu siqueira)


Momento em que foi anunciado o título (06 de março de 2009)

Aprendi a voar

Quando criança queria aprender a voar e realizar sonhos
Desejei ter nascido fada
Com asas longas e varinha de condão
Daí eu cresci
E hoje acredito que sou fada
Pois percebi que posso voar
Voar alto
Voar longe
E posso até realizar meus sonhos


Minha varinha mágica?
A fé e a força



(ana maria de abreu siqueira)
Imagem: "Girl Dressed as Fairy Playing in Garden" (₢ Moodboard / Corbis)
Disponível em: www.corbis.com

29 de dezembro de 2008

Meu enlaço


Teus ombros sustentam meus abraços
Teus dedos desatam meus laços
Teu sorriso me tira o cansaço
Tu preenches meus espaços
Sou tua sem qualquer embaraço
Descubro os teus traços
E só penso estar em teus braços


***


(ana maria de abreu siqueira)

Eu e os versos



Escrevo eu
Meus anseios
Meus desejos
Sou minhas palavras
E minhas palavras sou eu
Às vezes nem sei quem é quem
Penso que sou os versos
E que eles me escrevem
___
(ana maria de abreu siqueira)
imagem: © Atlantide Phototravel/Corbis
disponível em: www.corbis.com.br

23 de dezembro de 2008

Minha janela

Comprei uma janela, de madeira puída
Cheia de veios e cor amarela encardida
Velha e pequena
Mas cabia em meu quarto
Exatamente do tamanho do buraco da parede
Encaixei-a e fiquei a fita-la
Achei-a bonita
Talvez fizesse um remendo aqui
Outro aqui
Quem sabe um acolá
Coloquei uma cortina de renda branca
Um jarro com flores amarelas
E um sino dos ventos colorido
Nada mal
Perfeita para debruçar-me
O Sol não resistiu, apaixonou-se
Mandou raios calorosos para presenteá-la
Meu encheu-se de tons alaranjados
O vento, não querendo ficar para trás
Entrou em minha janela
E a saudou dançando com as cortinas
A Lua, enciumada, quis participar da festa
Tratou logo de inventar arte com o Sol
E um show multicor surgiu no céu
E foi assim que nasceu uma janela
...
...minha janela

19 de dezembro de 2008

E a despedida...

- Tenho que ir.
- Ahhhh...
(silêncio)
(pensamentos)
(arfar de peito)
- Então, boa noite!
- Boa lua!
- Boa rua!
- Boa música!
- Boa boemia!
- Bom caminhar!
- Bom esperar!
- Bom sonhar!
- Bom desassossego!
- Bom aconchego!
- Bons desejos!
- Bom recordar!
- Bom me escrever!
- Bom não me esquecer!
- Bom me procurar!

- Eu vou voltar!


(ana maria de abreu siqueira)

28 de novembro de 2008

Como as músicas de Chico

de leve
invade meus ouvidos
manso, devagar,
com notas perfeitas
que se enlaçam feito amantes
letras desenhadas
feito tatuagem
melodia emoldurada
a divagar
como as músicas de Chico
assim...
bossa,
minha nossa...

(ana maria de abreu siqueira)

Ainda sonolenta abri a porta do quarto e fiquei esperando algumas palavras, mas em silêncio entrou no quarto e ficou me olhando, como se esperasse algum movimento meu. Estava cansada demais para discutir qualquer assunto, só queria dormir e sonhar e acordar bem no outro dia.

Deitei de novo, mas não me deixou dormir, ficou ali imóvel a esperar, me incomodando de um jeito que precisei ser ríspida. 'Puxa! Preciso dormir, estou cansada. Não podemos deixar para amanhã?' Mas nada disse, ficou me olhando com um olhar calmo. Percebi então que estava disposta a ficar ali a noite inteira esperando.

Rendi-me, levantei, lavei o rosto, fiz um café e sentei com lápis e papel na mão. Olhei para ela e perguntei o qual era seu desejo. Foi quando percebi que os objetos no meu quarto voavam sutilmente, na folha branca as palavras dançavam, dando as mãos, cantando versos. Pude dormir quando a lua estava indo embora. Antes mesmo de fechar os olhos pude ver a inspiração fechar a porta do quarto cuidadosamente.
(ana maria de abreu siqueira)

29 de outubro de 2008

meu passarinho


Meu passarinho
De tão pequeno, se faz pouquinho
E voa baixinho, devagarzinho
Canta doce, bem levinho
Mas tão longe fica seu ninho
Vou arrumar as malas e pegar o caminho
Seguir até seu cantinho
Só para sentir seu carinho



ana maria de abreu siqueira



(à minha doce e linda Vovó Ana...saudades....)
Foto: Mauriti (CE) - Semana Santa / abril de 2009

13 de outubro de 2008

O que é poesia?



Poesia é quando as palavras se encontram para namorar...
(ana maria de abreu siqueira)

Choro

Esse choro preso em mim...
É somente uma gravata bem apertada em minha garganta
(ana maria de abreu siqueira)

9 de setembro de 2008

Comer gargalhadas


Furtos (e surtos) na madrugada...


- estou com vontade de comer algo que me faça feliz!
- porque, então, você não come gargalhadas?




(ana maria de abreu siqueira e ana carla de abreu siqueira)

8 de setembro de 2008

Meu par

Sabe aquele par de sandálias que mora no outro lado da cidade?
Deveria vir morar morar ao lado meu
(ana maria de abreu siqueira)

Asas nos meus pés

* * *
Ah, se meus pés tivessem asas
Desataria os nós dos meus sapatos
Faria das nuvens minha grama
Riscaria todo o céu
Rodopiando com lápis multicor
* * *
(ana maria de abreu siqueira)

7 de setembro de 2008

Cá com meus botões


A pedidos, poesia a qual ganhei um dos prêmios do X Prêmio Ideal Clube de Literatura (Poesias) / 2007:

Cá com meus botões


Não me conformo com a mesmice
O marasmo me sufoca
Transbordo pensamentos inusitados
Nunca soube estagná-los
Para não cair em descontentamento
Converso cá com meus botões
Completamente excessiva e insana
Alinho palavras
Em versos desalinhados
Arrematando anseios
Graças Deus sou poeta
Insistente
Sobressalente
Veemente
Florescente
Acredito no improvável
Não enxergo o absurdo
Tenho até bom senso
Mas o escondo de vez em quando
Não quero danificar minha loucura
Nem apagar minhas alucinações
A poesia está sacramentada em mim
Sou diferente de todos
Como todos os poetas


(ana maria de abreu siqueira)

Coisas sobre mim...


Nasci em 1978 (sim, sim tenho 30 anos)! Salvei a vida da minha segunda irmã quando ela era bebê. Sempre chupei dedo, hoje parei, mas de vez em quando eu testo para ver se ainda é bom (não tem mais o mesmo gosto). Tenho três irmãs que foram minhas cúmplices nas maiores traquinagens da minha vida, a gente se ama mesmo quando diz que não (coisas de irmãs)! Nunca tive vocação para a música, aos 7 anos minha mãe comprou um violão, mas me apaixonei pelo professor, nunca aprendi uma nota. Gostava de andar com os pés no chão, mas me disseram que eu ia ficar com o pé grande e eu tinha medo. Adorava ir ao cinema com meu pai e andava de mãos dadas com ele toda orgulhosa. Sempre achei minha mãe a mulher mais linda do mundo e fazia um monte de cartinhas com versos para presenteá-la. Colecionei papel de carta. Minhas melhores férias foram na cidade dos meus avós paternos. Surfava de prancha de isopor me sentindo a surfista profissional.


Tinha medo do primeiro beijo. Na adolescência fazia agenda e colava um monte de recortes de revistas para enfeitar. Beijei pela primeira vez aos 14 anos só porque minhas amigas ficaram dizendo que eu já estava velha para isso (que absurdo), não gostei daquele negócio melado, nunca mais beijei o menino de novo e decidi que só ia beijar quando tivesse vontade (demorou tempos para vontade voltar). Hoje eu adoro beijar. Amo poesias, escrever sempre foi um refúgio para eu me sentir melhor. No colégio não era a mais popular, mas conversava com todo mundo. Já me apaixonei por um professor, por um primo, por um melhor amigo, por menino que minha amiga gostava e por um menino que nunca troquei uma palavra.


Sempre quis casar e ter filhos. Já fui pedida em casamento por 3 pessoas diferentes. Já tive uma paixão avassaladora, já beijei um cara que tinha namorada, já fui traída, já beijei meu melhor amigo, nunca beijei um cara assim que conheci. Sempre fui à festa só para dançar. Já tive grandes amores, mas o verdadeiro só conheci aos 26 anos e desde nosso primeiro beijo senti que queria ficar com ele para sempre (vou ficar com ele para sempre). O nome dele é Marcelo, ele é meu companheiro, amante e melhor amigo.


Não posso comer leite e derivados, pois sou intolerante à lactose, mas de vez em quando como porque sou teimosa. O resultado não é algo muito interessante para contar. Não sou muito cuidadosa com minhas unhas, não tenho paciência para ficar indo ao salão.


Amo ler, escrever, artesanato, comer, dançar, dormir, namorar, praia, jujuba, grama, vinho, queijo, fotografia, cozinha, fofoca com as amigas, lua cheia, sol, água, dormir de rede, varanda, brisa, água de coco, edredom, bolsas, aprender e ensinar, falar em público, ser útil, criar.

(ana maria de abreu siqueira)

Foto: Universidade Federal do Ceará - Dept. de Tecnologia de Alimentos

Vai entender o amor!


Sou vascaína
Ele é flamenguista
Sou poetisa
Ele não lê poesias
Quero casar
Ele pensa em comprar uma bicicleta
Eu calço um salto alto
Ele uma sandália Havaiana
Busco uma rotina agitada
Ele uma vida pacata
Mas o amor tem dessas coisas
Quem vai entender?
(ana maria de abreu siqueira)
Imagem: Foto dos bonequinhos que ganhei do Marcelo (Revolução dos bonecos)

28 de agosto de 2008

Insistência

Me vens com promessas
Perguntas indiretas
Propostas indiscretas
Ainda queres que eu “caia nessa”?

Falas de música e poesia
Me vens com brincadeiras
Um mistura de inocência e heresia
E eu rio das tuas besteiras

Não adianta virdes com flores
Só queres perfumar meus sabores
Mas o que me pedes é um absurdo
Eu digo não e te fazes de surdo

Teu desejo é inconseqüente
Se insistires eu me aborreço
E se vens como um tolo veemente
O que faço? Eu amoleço

Liberdade! Liberdade!


Calar?
Jamais
Vou gritar
Não vou escrever palavras já grafadas
Em caderno de caligrafia
Com linhas tracejadas
Vou deixar meus cabelos crescerem
Minha barba por fazer
Vou pintar os muros
Riscar independência com tinta vermelha
Seguir com pés descalços
Roçando os dedos calejados no verde da grama
Escutar o som do meu caminhar
Passo a passo, como uma melodia loquaz
Deixar o sol laranja arder em meu rosto
Meus cartazes falarão de pássaros
Pássaros que voam absolvidos
Quero voar
Liberdade! Liberdade!
Quero pensar alto
Sonhar acordado
Cantar todas as canções proibidas
Desatar nós das mãos dos meus companheiros
Caros companheiros
Vou desenhar meu próprio rastro
Sem pisar em pegadas marcadas
Quero ser poeta, cantor, pintor, filósofo
Ou rebelde como gostam de chamar
Quero ser eu
Com todos os meus anseios e segredos
Eloqüência e impetuosidade
Paixões e desamores
Não vou me esconder
Não vou fugir
Vou lutar
Liberdade! Liberdade!
ana maria de abreu siqueira

9 de abril de 2008

Apesar dos meus defeitos


Sei que me entendes
E me amas mesmo com esse meu jeito
Inusitado, vaidoso, ansioso
Com todos meus defeitos
Apesar dos meus dengos,
E minhas vontades inusitadas
Sei que me desejas
Até quando faço bico
E quando respiro em teu ouvido
(ana maria de abreu siqueira)

às vezes sou eu



Sou apenas uma mulher
(Às vezes menina)
Que brinca com as palavras
E ri (e gargalha) do tom faceto de um homem
(Às vezes menino)


Sou apenas uma mulher
(Às vezes adolescente)
Com pretensões de poetisa
Que se inspira com os gracejos de um homem
(Às vezes adolescente)

Sou apenas uma mulher
(Realmente mulher)
Que estremece e suspira
Ao sentir o toque de um homem
(Realmente homem)

Sou apenas uma poetisa
(Sonhadora poetisa)
Invadida por cores, fantasias, anseios
Pelos desenhos de um homem
(De repente poeta)

ana maria de abreu siqueira
(às vezes menina, às vezes mulher, às vezes poetisa)

Imagem:
Dancer with a Basque Tambourine by Jules Cheret
Disponível em: © The Gallery Collection/Corbis (www.corbis.com.br)

16 de julho de 2007

Estou aprendendo


Busco sempre dar o melhor de mim
No entanto o melhor de mim ainda está por vir
Pois minha vida é um constante aprendizado
E vejo que posso ser ainda melhor
Quanto mais aprendo
Percebo que ainda falta muito o que aprender

(ana maria de abreu siqueira)


14 de julho de 2007

Sabiá em minha janela...


Ah! Sabiá...
Canta em minha janela
Feito vitrola, violino, arcodeão
Sabiá seu
Voa distraído
Sob o céu meu
E se entoa nossa canção
Fecho os olhos meus
E imagino os olhos seus
Sabiá que sabia
Que meu amor por você
Jamais morreria
E deu-me seus cantares
Ele sabia
Que por você a vida toda esperaria
Canta sabiá
Canta em minha janela
E a cada visita
Traga meu amor com ela
(ana maria de abreu siqueira)
Imagem retirada do site: http://www.corbis.com.br/



8 de maio de 2007

Lembranças de um verso...


Me vem a lembrança
De um poema que não escrevi
Foi há muito tempo
Um tempo tão distante
Foi um verso silencioso
Que minhas mãos não escreveram
E meus lábios não recitaram
Somente meus pensamentos desenharam
Pobre da minha rica alma poética
Sente-se traídas pelos versos
Abafados e contidos
Estes que deixaram lembranças, apenas...

ana maria de abreu siqueira

imagem: Goya, "O sono da razão"

21 de março de 2007

O Circo, meu circo...






(homenagem a um palhaço)

Se o circo fosse minha casa
Namoraria o palhaço
Bobo e jocoso
Cheio de piadas
E brincadeiras tolas
Só para me fazer sorrir
Iria roubar-lhe beijos
E com ele voar no picadeiro
Como malabaristas
Sem temer cair


Se o circo fosse minha casa
Soltaria os bichos
Dançaria como se ninguém tivesse vendo
Distribuiria todos os ingressos
Lotaria a arquibancada
Apenas com crianças
E com quem se sentisse assim

O meu palhaço
Também mágico
Tiraria da cartola arco-íris
E faria chover estrelas coloridas

Venderia saquinhos de gargalhadas
Balas de mel
E algodão de nuvens doces


(ana maria de abreu siqueira)




Imagem retirada do site: