5 de abril de 2006

Em meu corpo tatuarei lembranças
Minha vida eternizada
Em minha pele tão surrada

No peito tatuarei os amigos
Antigos amigos e novos amigos
Sinceros amigos
Nas costas, os meus erros
Para sentir seus pesares
E não mais cometê-los
Os beijos esperados, roubados, apaixonados
Em meus lábios vão ficar
Em minhas pernas, as minhas andanças
Em meu pés, todas as danças
Em minhas coxas ficarão minhas paixões
Em meus ouvidos, as canções
Em meus braços, sabedoria
Em meus dedos, minhas prosas e poesias
Minha família tatuarei em meu sangue
E em meu ventre
Meu grande amor eternizarei
E todos os filhos que terei


(Ana Maria de Abreu)

Onde estou?

Acho que me perdi
As fachadas estão diferentes
Ou então vim parar em uma rua desconhecida
Confundo os meus passos
O chão onde piso não é mais igual
Poso voltar mil passos
Ainda assim desconheço o terreno
O céu é o mesmo
Afinal, estamos sob o mesmo teto divino
Em qual estrada me perdi?
Como não pude perceber antes?
No início é tudo tão parecido
Perdi-me em algum sorriso?
Confundi-me em qualquer olhar?
Desviei minha atenção
E quando dei conta
Passei despercebida da entrada certa
Tanto ficou para trás
E agora não sei como voltar

(Ana Maria de Abreu)

2 de abril de 2006

Menina Linda! O nome dela é Poesia!

Conheci uma menina
Que sorriu meio sem graça
E disse-me com uma voz tímida:
“Oi! Meu nome é Poesia!”
Queria brincar,
Olhou em meus olhos,
Segurou a minha mão, e disse: “Vem, eu vou ensinar!”
E entregou-me todas as letras do alfabeto!
“Vai, escreve!”
Eu, meio desajeitada,
Escrevi assim:

Linda poesia

Ela sorriu espontaneamente
E achei até que tinha crescido um pouco mais
E, com uma voz mais alegre:
“Eu quero mais!”

Doce poesia
Reflete meu coração
Alegra-me com seu sorriso
Faz brotar minhas emoções

E foi assim que a Poesia
Minha pequena Poesia
Deixou de ser menina
E virou mulher
Com lindas curvas
Cheia de lembranças e sonhos
Viveu meus amores
Sentiu os meus medos
E desfaleceu suavemente
Feliz por ter vivido
E se eternizado nessas palavras


(Ana Maria de Abreu)


(Foto de Miguel Lopes)

Eu amoooooo Mário Quintana!

"Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação. Um poeta satisfeito não satisfaz."
(Mário Quintana)
Eu me sinto assim, sempre insatisfeita!Sou feliz com o que tenho, claro! Mas sempre quero algo mais, o conformismo passa é longe de mim, até quando digo: "Tenho que me conformar!"
Ser poeta é isso, estar amoldando-se sempre aos seus sonhos, mesmo que sejam nada verosímeis. Poeta não quer saber se um desejo é plausível ou não. Poeta é um insaciado...
(E, como já disse, um louco!)

Quer sonhar?

Se quer sonhar
Sonhe alto
Lá em cima
Bem alto
Tão alto
Onde os olhos não vêem
Nem os pessimistas
Sonhe tão alto
Até dizerem
- Você é louco!
E você pense:
- Será que sou louco mesmo?
Não tenha medo
Sonhe
Deseje
Sonhe
Lute
Para subir
Subir
E subir
...
Eleve-se
Até onde os outros digam
- Nossa ele foi alto mesmo!
(Ana Maria de Abreu)