23 de dezembro de 2008

Minha janela

Comprei uma janela, de madeira puída
Cheia de veios e cor amarela encardida
Velha e pequena
Mas cabia em meu quarto
Exatamente do tamanho do buraco da parede
Encaixei-a e fiquei a fita-la
Achei-a bonita
Talvez fizesse um remendo aqui
Outro aqui
Quem sabe um acolá
Coloquei uma cortina de renda branca
Um jarro com flores amarelas
E um sino dos ventos colorido
Nada mal
Perfeita para debruçar-me
O Sol não resistiu, apaixonou-se
Mandou raios calorosos para presenteá-la
Meu encheu-se de tons alaranjados
O vento, não querendo ficar para trás
Entrou em minha janela
E a saudou dançando com as cortinas
A Lua, enciumada, quis participar da festa
Tratou logo de inventar arte com o Sol
E um show multicor surgiu no céu
E foi assim que nasceu uma janela
...
...minha janela

Nenhum comentário: